Vivi sozinha durante quase um ano - para ser mais precisa, diria uns 340 dias. Sei que há quem o faça por obrigação, mas felizmente não foi o meu caso. Montei a minha pequena casinha, não diria de sonho, mas de realidade - e uma realidade que eu adoro. Cuidei de mim sem problemas. Senti a falta da comida da minha mãe mas compensei muito bem com a minha, mas ainda assim acho que jantei mais vezes em casa de alguém do que aqui. Aprendi há dois dias a fazer uma sopa decente. Aprendi - ou confirmei? - que ter despesas fixas é coisa para dificultar a poupança e que ficar todos os dias acordada até às 2h da manhã faz com que a conta da luz aumente - mas isso ainda não consegui mudar. Consegui finalmente controlar a minha mania de comprar coisas e coisinhas só porque são giras e/ou baratas, porque o dinheiro faz mais falta noutro sítio ou para outro objectivo, e porque os 20€ daquela camisola dão para pagar a água de um mês e eu não sei se preciso mesmo dela. Convenci-me de que não há ninguém para me arrastar para fora da cama de manhã e por isso tenho mesmo que ser cuidadosa com isso. Confirmei algo que já sabia: que um animal - neste caso, o meu Bao - é a melhor companhia para os dias em que só apetece desaparecer. Ganhei uma segurança terrível na certeza de que, onde quer que estivesse, podia fugir para o porto seguro que é a minha casa. Ganhei também as minhas próprias manias - e estou agora a perceber que tenho muita dificuldade em largá-las.
Poderia escrever tanto sobre o que aprendi. Mas acho que o que mais consegui perceber foi quem sou eu: inquieta e sempre a inventar algo para fazer, manienta, um misto de extrovertida que adora pessoas com introvertida que precisa mesmo do seu tempo sozinha para funcionar, responsável - sim, agora sei que sou! -, controladora (para o lado bom e para o mau), e uma menina dos papás (saí de lá de casa mas não deixo de o ser).
Só posso ficar feliz por ter conseguido cumprir este objectivo. Por ter provado a mim mesma que o medo só nos paralisa até onde deixarmos, que a necessidade aguça o engenho, e que eu sou capaz de me desenrascar só com a minha própria companhia - a Joana de 15 anos estaria orgulhosa de mim, acho. Por isso, ao ver este tema do Desafio 1 + 3 da Carolina do Thirteen, eu sabia que seria o objectivo mais desafiante sobre o qual poderia escrever-vos.
E dito isto, aprendi também que a vida é boa demais para não ser partilhada, por isso abraçamos uma nova fase: agora em dueto!
Estou tão feliz e orgulhosa de ti por teres dado e cumprido esse passo! És incrível, Jiji! Eu também estou desejosa por ter o meu espacinho, um dia :)
ResponderEliminartambém adorava, estou a lutar para ter uma casinha só para mim ;)
ResponderEliminarbeijinho
Olá, Olá!!
ResponderEliminarNunca tive uma casa sozinha mas passo pelo processo com a universidade! Claro que não é uma casa, é um quarto e que convivo com outras pessoas. Mas é diferente de viver com os pais. Muito diferente. Nunca precisei de ninguém para me acordar ou tirar da cama, até aqui tudo ok. Mas no que toca a comida, ai ai! Sempre tive alguém para me fazer os almoços e jantares e a partir do momento que fui para uma casa com outras pessoas a responsabilidade (e habilidade) nesse sentido também se alterou. O ter de ir às compras, ver o que é/não é preciso, não deixar o comer queimar, ... Uma ótima experiência e que nos faz ser (sempre) um pouco mais responsáveis! :p
Beijinhos,
BabyLú
Que maravilha ler isto, Jiji! ❤️ Recordo-me do dia em que partilhaste as tuas primeiras impressões de viver sozinha e agora isto!! Deve ser libertador, em parte, mas também com as suas consequências.
ResponderEliminarDe qualquer das formas, ainda bem que te adaptaste e que andas a curtir da experiência sem receios! :P
Beijooooo,
LYNE, IMPERIUM BLOG