Photo | O que está errado nestas fotos?

A ideia ressurgiu depois de ver este vídeo aqui. A Sorelle Amore tem sido uma inspiração brutal no meu dia-a-dia - e se não a conhecem, deviam, principalmente se gostam de fotografia e de conteúdo bom e belíssimo! - e relembrou-me deste post de 2016 em que resolvi ir vasculhar a minha galeria no Olhares. E lá no fim do post disse: "Talvez daqui a 10 anos venha ler este post e pense "que raio, Joana, tu em 2016 ainda não fotografavas nada de jeito!""...ainda não passaram 10 anos, mas eu não tenho a pretensão de adivinhar o futuro e sei lá se em 2026 ainda há Jiji, por isso vamos já fazer um check up à situação, mas com olho crítico! Venham daí essas fotos de 2016.

Este foi o ano do 6 on 6 - lembram-se? - por isso foi o ano em que me atirei à fotografia com um fulgor renovado. Por isso, muitas das fotos aqui presentes virão desse contexto - já que era o meu outlet criativo, será também o meu principal objecto de análise.

Composição? Motivo?

Um dos meus sonhos fotográficos é chegar a um ponto em que todas as minhas fotos contem uma história. E para que isso aconteça, há pelo menos dois pontos essenciais: a composição tem que guiar o olhar para onde eu quero, e o motivo tem que ser claro e com conteúdo. Nas fotos acima, consigo encontrar erros neste aspecto - o sol cortado, parecendo um mau crop; objectos à frente de quem eu queria fotografar, e não de uma forma bonita; uma facada numa boneca, que claramente não é a história que quero contar numa festa infantil (lol); fotos que visualmente até são bonitas, mas não dizem muito - a quarta foto tem o bónus da luz bonita, mas devia ter criado algum ponto de interesse.

Edição, ai a edição...

Podia falar disto por horas! Sendo uma auto-didacta nestas coisas (as in aprendo a mexer nas coisas, não é uma área em que tenha espreitado sequer muitos tutoriais), acho que até sei fazer umas coisas, mas ver o que fiz às primeiras imagens desta série deixa-me ligeiramente envergonhada. Fui na onda das fotos com ar muted e levei a coisa a um extremo que não é bonito. Consegui também estragar algumas imagens por torná-las claras demais - more on that later - mesmo quando o original não estava sobre-exposto. Também há questões de falta de edição - como na foto do casal ou das velas, em que podia ter reduzido o grão (do qual por acaso até gosto, mas reconheço que prejudica a qualidade da imagem), e desta última imagem, em que podia ter retirado o recorte lilás que aparece nas margens das folhas - mas na altura não sabia como o fazer!

Luz

Ah. A bela da foto branca só porque fica mais bonita no feed de Instagram. Há uma diferença entre fazer uma escolha criativa ou deixar-me ir na moda, embora não ache muita piada - e eu caía no segundo caso. Mas ainda hoje sou culpada disto!  Por vezes por edição, noutras vezes por querer "salvar" uma foto com má luz, alterava (e altero!) demasiado a exposição das imagens, causando fantasminhas (desculpa Catarina!) ou dando origem a imagens com um ar amador e descuidado. Felizmente, tenho aprendido a deixar de ter medo do escuro (nota-se bem a diferença no meu Instagram de há uns meses para cá!).

Se repararem nas imagens que vos fazer dizer "wow", por norma não são as imagens super claras que tanto se viam há uns tempos. São imagens dinâmicas, com luz e sombra, com profundidade, porque estão mais próximas daquilo que os nossos olhos conseguem ver. Tenho plena noção do momento em que a minha perspectiva mudou sobre este assunto: o culpado foi este vídeo. Mudou a minha forma de fotografar e a minha vida também. Um bocadinho.

Foca!

Esta dói-me principalmente em retratos. Os olhos são o espelho da alma - ou, pelo menos, alguma coisa há de o ser! - por isso odeio olhar para as fotos acima e não as ver perfeitamente focadas. Infelizmente, há também aqui algumas limitações técnicas que me estão a fazer voltar a isto (se têm uma Canon EF 50mm f/1.8 preparem-se porque elas começam a ficar com o foco meio soft com o uso...sad.). É algo que me tem feito ser mais implacável na hora de fazer a selecção das imagens: se o foco não está onde eu quero ou não tem salvação possível no Lightroom, só guardo se não tiver outra opção. Isso, ou se for uma escolha criativa - todas as regras foram feitas para ser quebradas!


Apesar de tudo o que escrevi acima, devo confessar que fico contente com o panorama geral - 2016 não esteve tão mal assim. No entanto, isto deixa-me inquieta. Em dois anos, já tive tempo para evoluir mais.

Conclusão deste post: está na altura de estudar e praticar mais! Têm alguma sugestão de desafio que gostassem de me ver a fazer? Ajudem-me! :3