À medida que cresço - ou será que já devia dizer "envelheço"? - tento que sejam cada vez menos as coisas que me fazem ferver. Não tenho energia para tudo, e comecei a aplicar este filtro numa altura em que me vi a ir abaixo por me importar demaisiado com demasiadas coisas. Quando me convenci de que não podia ser assim, que nem todas as batalhas são minhas, e que, mesmo as que são, eu não tenho que ganhar todas, consegui estabilizar. Não vos dou nenhuma receita milagrosa nem vos digo que a serenidade vem de usar hashtags bonitas (e eu sei lá o que é a serenidade, a minha versão "calma" continua a ser acelerada!), mas se toda a onda de positivismo servir para alguma coisa, que seja para nos ensinar a escolher as nossas batalhas, as nossas prioridades.
Ouvir mais, falar menos. Falar o que é preciso, quando é preciso, e quando é útil. Aplicar este filtro na "vida real" não foi, nem é fácil. Estou à vontade com as pessoas em quem confio, mas vou tentando perceber quando não devo comprar guerras. Estou a fazer o meu melhor por "deixar passar" quando posso, e responder com argumentos e não com impulsos quando é necessário. Desde miúda que aprendi a não entrar em intrigas, o que ajuda a guardar energia para o que realmente importa. Por acaso isso é algo de que me orgulho: tenho uma vida mesmo aborrecida - não tenho histórias de "nem acreditas o que ela me fez" ou de "a minha vida dava um filme indiano". Dava um filme, mas um que quero guardar para mim ou ir partilhando aos poucos, tirando as lições que sejam necessárias.
Um exemplo bem mais fácil centra-se nas redes sociais. Facilmente entrava em discussões sem fim, com pessoas que para mim tinham opiniões erradas, eram idiotas ou então queriam trollar-me e eu deixava. Perdia horas de vida e de paciência tentando explicar algo, sem dizer os insultos que me passavam pela cabeça, a quem nunca iria mudar por nada. Vivemos num mundo em que tod@s somos "tudólog@s". Em que todos temos opiniões formadas e certeiras sobre tudo e mais um par de botas. Em que admitir que se está errado e mudar de opinião é sinal de fraqueza. Assim, deixei-me de discussões via redes sociais, impessoais, impossíveis e desonestas. Podemos fazê-las aqui, na certeza de que nenhum comentador Correio-da-Manhã-style vem desrespeitar ninguém. Podemos fazê-las nos chats com amigos, sabendo que quando a coisa começa a ficar estúpida o melhor é parar de alimentar a fogueira. O melhor é fazê-las pessoalmente, com todo o gosto, enquanto a conversa for centrada na questão e não em quem a discute.
Também no que fazemos podemos ter mão: tentando dizer que não ou que sim de acordo com as verdadeiras prioridades. É difícil e eu falho imenso! Mas não há outra forma - ficar louca por levar o mundo aos ombros não é uma opção.
Nem tudo é motivo para nos tirar o sono. Nem tudo é motivo para nos indignarmos e partirmos tudo. Por vezes, basta alguma empatia e percebemos que o lugar do outro não é muito melhor que o nosso. Noutras ocasiões, o lugar do outro simplesmente não é um lugar que valha a pena conhecer - até porque não nos vão deixar entrar.
A vida é curta demais para nos preocuparmos com o que não importa, e cada vez mais ela se encarrega de me lembrar disso mesmo. Por isso, depois dos valores que defendo e uso como bandeiras, esta é uma das minhas primeiras regras (e das mais recentes também). Cumpro-a escrupulosamente? Não, seria impossível para mim! Mas dou o meu melhor por ela.
Qual é a tua regra, a tua bandeira que não te falha?
É uma regra que aplico há muito e que nos faz tão bem! Porquê investir tempo e energia numa coisa que é puramente veneno para nós? Não nos acrescenta, não nos faz mais felizes, não melhora a qualidade das relações das nossas pessoas. Hoje em dia, prefiro muito mais investir em coisas que tenham um retorno positivo e que me enriqueçam. Até porque ouvir mais do que falar permite-me retirar muito mais informações sobre opiniões contrárias à minha (sejam elas absurdas ou não) e uma pessoa que tem não só alicerces em relação à sua opinião como também em relação à opinião contrária, é uma pessoa muito mais sábia. You go Jiji!
ResponderEliminarSinto que também fiz esta aprendizagem nos últimos anos, especialmente porque lutava as batalhas dos outros como se fossem minhas - o que além de me prejudicar muitas vezes sem necessidade, desgastava-me completamente. Sempre fui uma pessoa tranquila, mas hoje ainda sou mais e é uma característica minha que gosto imenso. Adorei girl, como sempre!
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE
Tenho que começar a aplicar esta dica na minha vida! Sempre fui de ideias fortes o que fez com que me chateasse com frequência. Ultimamente tenho-me sentido cansada de ser assim e com vontade de acalmar. Tenho que, tal como tu, perceber que não posso ganhar as batalhas todas.
ResponderEliminarObrigada por este post!
Kiss, Mariana Dezolt
Messy Hair, Don’t Care ♡
awww, obrigado Joana :D <3
ResponderEliminarBom, eu sempre fui muito passivo e nunca fui de grandes confusões. Talvez o meu verdadeiro mal tenha sido esse. Louvo o facto de nunca ter estado metido em grandes problemas. Contudo, a minha personalidade foi-se moldando precisamente por causa disso. Já fui de ferver em pouca água mas, tal como dizes, não nos leva a lado nenhum. Se queres que te seja franco, deixei de ter paciência para debates com pessoas que se acham as maiores e as melhores quando, na verdade, estamos é todos ao mesmo nível.
No fundo, é a vida que nos faz começar a ter este género de filtros e acho fundamental que assim seja. Vivemos muito mais felizes e não perdemos tempo com coisas desnecessárias.
Ainda em relação ao teu tema, acho que te vais identificar com o meu vídeo de amanhã :D
NEW TIPS POST | BLUSH OR CRUSH? :D
Instagram ∫ Facebook Official Page ∫ Miguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D
Nas redes sociais penso que nunca tive. Escandaliza-me no momento, mas continuo a vida. Já "ao vivo", o caso muda de figura e relaciono-me muito com o que disseste. Não consigo ficar calada enquanto assisto a injustiças evitáveis ou quando alguém, em conversa, usa um argumento completamente descabido para suportar uma opinião igualmente descabida. Já tive discussões que hoje teria evitado, porque a verdade, por mais que me custe admitir, é que nem sempre é worth it
ResponderEliminarJiji, é bem isto!!! É das melhores regras para uma vida longa: saber quando nos impormos, quando opinar, com quem debater. Não há problema algum em nos fecharmos e nos guardarmos para as coisas boas da vida. Pessoas conscientes e inteligentes são mesmo assim: sabem escolher as suas batalhas! You go, girl!
ResponderEliminarLYNE, IMPERIUM BLOG