A criatividade muitas vezes vem juntamente com as desilusões, os traumas, as loucuras da vida. Soa a cliché, mas não é à toa que a arte que mais nos toca muitas vezes vem de lugares escuros e sombrios da mente, em que temos medo de tocar por não saber até onde podemos ir sem dar em loucos. E isto é o retrato perfeito de tudo o que vi este mês para o Movie 36: muito sexo, drogas e rock and roll, com o final mais infeliz, e grandes perturbações por trás; um percalço sério que deu origem a uma obra poderosíssima sobre as relações e a força; um trauma e uma história perturbadora que deram origem a uma obra icónica. O ser humano precisa de um escape para sobreviver - e, se às vezes esse escape é fatídico, por vezes também dá origem a obras marcantes.
O documentário 27: Gone Too Soon leva-nos por uma viagem no tempo guiada pelas mortes das estrelas que fazem parte do "27 Club": Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Amy Winehouse. Muita cocaína, muito descontrolo, muitas questões psicológicas por resolver. O que se revela a olhos vistos na hora em que nos falam deste assunto é claro: a fama é, de facto, perigosa, e é muito fácil cair no desespero quando não sabemos o que fazer com a voz que temos. O ser humano é tão mais frágil quanto mais se parece com uma estrela. Um documentário interessante para quem gosta de saber mais sobre a vida dos nossos ídolos.
O Lemonade foi a primeira opção que me veio à cabeça, confesso. Vi-o no dia em que foi publicado e desde então que digo a qualquer alma - quer goste da música e do estilo da Beyoncé ou não - que vale a pena ser visto. Tem uma história, tem uma visão realista sobre a traição, tem feminismo, tem culpa, tem superação, tem história do povo afro-americano, tem uma fotografia brutal (more on that daqui a uns tempos!) e, digo eu, tem boa música. Sou do tipo de pessoa que ouve de tudo e calha de gostar da força que a Beyoncé coloca até nos seus sons mais pop - nem vou comentar a voz dela porque julgo que deve ser relativamente consensual que a mulher é uma diva de voz única. Não?
The Wall, o filme criado a partir do álbum com o mesmo nome dos Pink Floyd, estava na minha lista já há muito - mas não fazia a mais pequena ideia do que iria encontrar. A verdade é que foi bem mais pesado e marcante do que estava à espera. Não sendo os Pink Floyd uma das minhas bandas preferidas (ficava-me pelos instrumentais, embora as suas letras tenham mensagens poderosíssimas), não posso deixar de reconhecer a sua importância no panorama musical mundial e o seu papel na consciencialização e no pensamento crítico. The Wall fala-nos dos traumas causados pela Segunda Guerra Mundial e da guerra como força destrutiva (inspirados na história do próprio Roger Waters), de histórias familiares distorcidas, de perturbações mentais e do papel da sociedade no meio de tudo isto. Tudo isto com imagens fortíssimas - mesmo, impróprias para os mais sensíveis, eu diria - e acompanhado de música marcante e que nos guia pelo mood de cada cena. A ver, mas com consciência e estômago forte.
Publicação inserida no projeto #MOVIE36
A criadora, Carolayne Ramos, do blogue "IMPERIUM"
A parceira oficial, Sofia Costa Lima, do blogue "A Sofia World"
As participantes:
Joana Sousa, "Jiji" | Cherry, "Life of Cherry"
Sónia Pinto, "By The Library" | Abby, "Simplicity" | Sofia, "Ensaio Sobre o Desassossego"
Poderão ver a lista completa dos participantes nos posts anteriores!
Poderão ver a lista completa dos participantes nos posts anteriores!
Ainda só vi o último.
ResponderEliminarUm beijinho grande*
Vinte e Muitos
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Espreita os restantes, valem a pena :D que achaste do The Wall?
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