Três filmes tão distintos entre si, mas que me permitiram encontrar uma temática comum: pensar sobre o comportamento humano face ao seu papel no mundo e à sua missão na vida. A verdade é que facilmente encontramos esta questão nos três filmes: a dúvida e a incessante procura pela acção mais correcta em A Forma da Água; a ânsia de ser útil e a necessidade de mostrar o valor do próprio em Uma Mente Brilhante; a procura pela justiça e pela compensação de um passado familiar, ou, por outro lado, a procura do sucesso sem olhar a meios em The Departed.
Bom, mas se pensarmos nisso, não será qualquer filme, qualquer história, arriscaria dizer até, qualquer vida, sobre isso? Sobre a constante dúvida de Ser: o que é? Como Ser? Uma discussão metafísica sem fim, uma procura incessante do que dará sentido à nossa vida, de saber o que fazer, quando fazer, que no fundo resume muitas das dúvidas que qualquer pessoa terá, assim que vê satisfeitas as suas necessidades básicas. Cada um terá uma visão distinta: é algo simples, fácil, ou terrivelmente complexo e impossível de definir? Dependerá da nossa visão do mundo, das nossas experiências, da nossa personalidade. O único facto é: tudo isso, combinado de tantas formas quantos os vários caminhos que a vida pode tomar, faz de nós quem somos, faz de nós únicos, e dá sentido ao que fazemos.
A Forma da Água conta-nos a história de uma jovem que encontra uma companhia improvável. Num mundo de palavras e guerras, encontra a paz e um igual no ser mais único que alguma vez vira. Um filme com uma história interessante e bonita, embora não arriscasse dizer que muito original, mas que recomendo vivamente por toda a imagem e imaginário que nos propõe: a fotografia, a banda sonora e todo o trabalho de realização têm como resultado um filme verdadeiramente bonito, muito ao estilo do Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulin e que ainda assim consegue tocar alguns pontos polémicos e largamente discutidos na nossa sociedade.
Uma Mente Brilhante é um retrato da necessidade de diferenciação, particularmente no meio académico, pela vida de John Nash, um génio que acaba por pôr em causa toda a sua vida graças à sua própria mente, fonte e cura de todos os seus problemas. Num mundo em que se fala cada vez mais na relevância da saúde mental, este é um filme que nunca deixa de ser actual, pondo o espectador do lado do doente e permitindo assim que se crie empatia e compreensão. Uma poderosa história de amor, compaixão e genialidade que vale a pena ver. Lembrou-me um pouco das histórias de Forrest Gump e One Flew Over the Cuckoo's Nest, ambos também vencedores do mesmo Oscar.
The Departed - Entre Inimigos não é um thriller qualquer. É um filme com Jack Nicholson, Leonardo DiCaprio e Matt Damon. Só isso já é o suficiente para me deixar com vontade de ver, confesso, e, como sempre, o meu querido Jack não desilude: louco como sempre! Contando-nos um episódio da história da máfia irlandesa em Boston, agarra-nos de início a fim com uma história cheia de reviravoltas, suspense, jogos de poder e uma realização que ata todas as pontas e forma a receita perfeita até ao último segundo de filme.
Publicação inserida no projeto #MOVIE36
A criadora, Carolayne Ramos, do blogue "IMPERIUM"
A parceira oficial, Sofia Costa Lima, do blogue "A Sofia World"
As participantes:
Inês Vivas, "VIVUS" | Vanessa Moreira, "Make It Flower" | Joana Almeida, "Twice Joaninha"
Joana Sousa, "Jiji" | Alice Ramires, "Senta-te e Respira" | Cherry, "Life of Cherry"
Sónia Pinto, "By The Library" | Francisca Gonçalves, "Francisca" | Inês Pinto, "Wallflower"
Carina Tomaz, "Discolored Winter" | Sofia Ferreira, "Por onde anda a Sofia"
Rosana Vieira, "Automatic Destiny" | Abby, "Simplicity" | Sofia, "Ensaio Sobre o Desassossego"
Quero muito ver The Shape of Water.
ResponderEliminarUm beijinho grande*
Vinte e Muitos
Uma Mente Brilhante mexeu muito comigo pela força de vontade e genialidade de Nash, assim como pela confiança que o amigo dele depositou nele na hora de o «contratar». É algo que tem um impacto gigante na matemática que estudo nos dias de hoje e deixa-me mesmo feliz que uma doença do fórum psicológico não o tenha impedido a 100% de chegar tão longe como testemunhamos nos dias de hoje.
ResponderEliminarDe facto, a busca incessante pelo que somos, pelo que seremos e pelo nosso objectivo é dura... muito dura, muito boa e sem fim!
Beijinhos.
Estou a mandar um berro, tamanha a ansiedade de ver "The Shape of Water". Anda tanta gente a destacar esta obra que não fiquei indiferente! Nunca vi o segundo, apesar do tempo em que existe e, quanto ao último, o elenco chamou-me à atenção!!!
ResponderEliminarGostei tanto das tuas reflexões, de verdade! Acho que vai um bocado ao encontro da minha própria reflexão, apesar da inspiração ter sido completamente diferente das tuas sugestões!
Beijinhos!! ♥
LYNE, IMPERIUM