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Domingos. Dias de ronha. Até há um aninho atrás, para mim o Domingo era um dia verdadeiramente exasperante - a minha vida era levada numa correria, eu mal dormia, portanto ter um dia em que "não se passava nada" era sinónimo de uma destas coisas, normalmente: trabalho para a faculdade que ficava atrasado durante a semana ou tédio total porque toda a gente desacelerava o ritmo e eu não me conseguia habituar a isso (sou daquelas que odeia estar numa casa em que toda a gente está a fazer a sesta e eu a olhar para o tecto).

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No entanto, depois de acabar o curso, eu própria desacelerei. Embora mantenha 1000 actividades extra-trabalho, acho que aprendi que é importante ter tempo para "não fazer nada". Ter tempo para mim. E por norma acabo por não ficar "sem fazer nada" - nem sequer tenho pegado num livro! - mas faço coisas que não sou obrigada. Escrevo aqui. Arrumo. Invento. Organizo. Brinco com os gatos. Ou até fico na cama, deitadinha, com os gatos a dormir ao meu lado - costumo dizer que é o meu momento de "aprendizagem felina". Eles têm uma forma de ver a vida tão relaxada que eu acabo por ser contagiada. E sabe tão bem!

Vivemos num ritmo tão acelerado, em que tudo é para ontem , em que temos 1500 coisas para fazer todos os dias, em que ninguém pode sequer esperar 5 segundos depois do sinal passar de vermelho para verde, que sabe bem ter estes "nichos" de descanso, estes momentos dedicados a coisa nenhuma. Isso, ou sou eu que estou a ficar velha, também é muito possível.

E por aí? Os Domingos são óptimos dias para a ronha, são óptimos dias bem activos, ou são o dia-horrível-e-chato-que-antecede-a-mais-horrível-segunda-feira?